quinta-feira, 15 de abril de 2010

Já nas minhas mãos.

Esta é então, agora sim, a minha mota. Aqui está a minha homenagem, Não é o meu simples meio de transporte, foi a paixão que sempre tive por ela que me fez quere ficar com ela.

Ora com pouco mais de mil Kms, feitos, começaram a surgir os primeiros sintomas de doença... A suspensão da frente babava-se e apartir dos 100-120km/h,começava a tremer, que era uma coisa doida, só em 5.ª é que conseguia ir além, mas com muita força nos braços. A frio, estava muito engasgada, nem com óleo e filtro novo e velas novas, o resultado era melhor. Teve que ir ao médico - Ondamil. Esteve ali desde Maio de 2005 a Novembro de 2005.

Diagnóstico:

Retentores das forquilhas da frente da suspensão, já ressequidas e com perda do óleo da suspensão (2 meses às espera deles)
Filtro, óleo e velas novas, de novo.
Limpeza dos carburadores, com borrachitas novas e agulhas
(o-rings e jet-needles - 3 meses à espera).
TOTAL, COM MÃO DE OBRA : CERCA DE 350€,

O aproveitamento....

Agora sim, foram várias as voltinhas com a esposa, os verdadeiros passeios domingueiros também foram feitos ao Cabo Espichel, a Sesimbra, à Arrábida, a Sintra, a Cascais, à Foz do Arelho, a Óbidos..... Mesmo de Inverno ela andava, e de manhã, já não dizia que não, perguntem aos vizinhos logo às 6 da manhã.... Chegaram-me a oferecer mais de 1500€ por ela, mas o não foi irredutivel. A velocidade já passava dos 140km/h, sem tremer, com o corpo a direito, sem ser deitado sobre ela, em 6.ª. A 5.ª já chegava ao fim da rotação, já no máximo do conta-quilómetros.... A gasolina, só 98 com o aditivo do chumbo lá para dentro. Médias de 5,2 lts aos 100 km.

Mas passado quatro anos as ferrugens continuavam a atacar, nos escapes, nos pára-choques, no quadro, mesmo com garagem, tinha que fazer algo... Desde o início de 2009, que já não ando com ela, só mesmo de vez em quando, estava na hora de começar a "´rasgá-la"..... e a pô-la como nova.

O INÍCIO DE UM NOVA ERA - DE UM CLÁSSICO.

Para ver que não andava a brincar, decidi mandar vir pela net um Manual de como reparar este tipo de Motas, http://www.clymer.com/Book.aspx?bid=476&title=Clymer+Honda+400-450cc+Twins+1978-1987. Chegou-me ao fim de nem 15 dias, graças aos Senhores da http://www.netclassicos.com/´-- preço, ficou-me por cerca de 45€.

Em Setembro de 2009, Já com 14934Kms, comecei a desmontá-la, mesmo todas as pecinhas, ao mais pequeno parafuso.
Durante três anos, poucas vezes a vi, mas o meu primo ainda andou bastante com ela, ganhou-lhe o bichinho, fez-lhe uns 5 mil kms, viagens ao Algarve, muitas voltinhas, ao ponto do pneu para trás quase que cedia, ficou nas lonas. A solução foi pará-la novamente. Tinha cerca de 6900 Kms.


JULHO DE 2004 - O VOLTE-FACE.....

Foi então que o meu tio, decidiu vendê-la, assim como estava, sei que dei dinheiro a mais, mas não queria vê-la nas mãs de outra pessoa, fora da família. E lá desembolsei o necessário. Depois foi só pô-la a trabalhar, desta vez pegou. Mas o destino dela não seria ali a "santa terrinha", mas a Capital, sim Lisboa e o seu tráfego.

Antes de me fazer à estrada, ainda demorou uns fins de semana, naquilo dos meus pais, desmontei-a quase toda, apenas ficando o motor, quadro e pneus, a instalação eléctrica foi fora, farol, plásticos, pára-choques, tudo isso que podia tirar facilmente saiu.
Depis trouxe tudo o que podia para Lisboa, fui limpando os metais, preparando-a a ficar mais bela. Quando tudo estava pronto, um novo fim de semana, foi tempo de montá-la, ir a uma Oficina de Motos e por-lhe 2 pneus e comprar um capacete melhor. Um tipo lá a gozar disse-me: Fogo, pá vais te aventurar nisso para Lisboa, vais ficar pelo caminho... E eu, respondi, quando a tua tiver 22 anos, vem falar comigo e diz-me que vais a Lisboa, fazer a viagem, se achas que consegues, vês que eu também consegui.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A minha história

O meu tio quando a trouxe, procedeu-lhe a uma reparação, foram penso eu que só as panelas dos escapes novos, novos punhos e uma revisão em geral.

Lembro-me da primeira vez que a vi, quer dizer que a ouvi, aquele som nunca mais me saiu da cabeça, aquele abrir de punho, suave no início, monstruoso no final, ei, afinal tinha só nove anos e estar ao pé dum motão, era a minha primeira vez.

Nas minhas férias escolares até 1995, sempre foram na "Santa terrinha", muitas delas perto da máquina, que era rara a vez que andava, só em dias de "festa", passava a maior parte do tempo tapada com um cobertor. Andei à pendura, se muito, umas quatro vezes. Os meus primos e o meu tio, enquanto cá, ainda sem Carta de Condução não andavam praticamente nada. Já com a carta, o mais novo, só depois.


Em 1998, antes de tirar a minha Carta de Condução, A1, que não dava para conduzir-la, o meu tio voltou ao Canadá e sabendo que eu nutria um gosto por ela, e que ficaria bem guardade, mesmo com receio, disse-me para ir buscar-la, guardar-la e andar com ela quando precisasse. Mas só o fiz no final do ano, depois de ter a Carta, mas só a A1.

Meu espanto, toda suja, ferrugenta, com menos de 1200KMs, lá seguiu para a casa dos meus pais. Possuia ainda os pneus, a bateria, tudo ainda de origem. Logicamente não pegou, só a descer a rua.
Lavei-a, tratei-a como se fosse minha, ao fim de um tempo, pô-la a limpar os carburadores, foi feito o Seguro e ficou pronta a andar.
Foram ainda algumas e boas as viagens com o meu querido Pai, ele sim com Carta de Condução, a lembrar-lhe os velhos tempos em Angola, nos anos 60, montado numa outra Honda 175.

Neste tempo, nunca caí com ela, as "nódoas negras" que tinha, foram as que já chegaram com ela e as mesmas com que a entreguei ao meu tio depois. Picada no depósito, borracha de protecção da manete direita rasgada, manete do "choke" partida, panela intermédia amolgada.

Esteve a meu cargo até Janeiro de 2001, quando a entreguei ao meu primo, só com 1609Kms.
Mas as motas, nunca me apaixonei por elas, eram engraçadas, mas apenas via aquelas 50cc, as velhinhas motorizadas, as Zundapp xf17, as Sachs fuego, as Casal, as Minarellis, até aparecerem as Dt's, mas nunca foram uma verdadeira paixão. Até que um dia.......


Um tio meu lá a trouxe do Canadá, esta Beleza, a minha primeira paixão no mundo das motas:

A HONDA CM450E, estavamos em 1989, e ela era de 1982. Eis as especificações:

Informacação Geral

Modelo: Honda CM 450 E
Ano: 1982
Categoria: Custom

Motor

Cilindrada: 447.00 ccm SOHC
Tipo de motor: Bicilíndrica a 4 tempos, duplo carburador Kenhin
Potência: 47.00 CV (34.3 kW))
Valvulas por cilindro: 3
Ignição: por Transistores
Arranque: Eléctrico
Sistema de Lubrificação: Bomba de óleo com reservatório
Sistema de Arrefecimento: Ar através de alhetas

Trasmissão

Caixa de velocidades: 6
Corrente
Embreagem: Pratos lubificados

Outras Características

Peso com óleo, gasolina, etc: 181.4 kg
Tipo de Quadro: Tubos de Aço
Dimensões Pneus da frente/trás: - 18/16 polegadas
Travões Frente/trás: Tambor (por cabo)/ Tambor/Mecânico
Sistema de Escape: Duplo com panela intermédia
Capacidade do depósito: 9.84 lt. + 1.13 lt. de reserva = 10.97 Lts
Cor: Borgonha

O início

Desde miúdo que sempre fui apaixonado por máquinas, motores.
Apaixonado ao ponto de saber as marcas de todos os carritos que tinha e modelos, assim como tinha na ponta da lingua todas elas, quando me perguntavam, ou quando passava por mim alguma viatura, eu sabia logo qual era.

Acho que o bicho começou bem cedo, nas viagens dos meus pais à terra natal, aos fins de semana, na velhinha Bedford Cf250 d, que ainda hoje anda. Sempre teve problemas a pegar, daí o meu pai, de vez em quando andava por de baixo dela, e eu sempre ao lado. A lavá-la e eu ao lado, ele a conduzir e eu ao lado, a virar o volante e imitar tudo o que ele fazia, desde pôr as mudanças, a acelerar e a pôr a embraiagem abaixo.